sábado, 14 de abril de 2012

SEGUNDA CARTA: À IGREJA DE ESMIRNA


SEGUNDA CARTA: ÀIGREJA DE ESMIRNA

8.“E ao anjo * da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e oúltimo, que foi morto, e reviveu”.

1.“...ao anjo da igreja”. Podemos ver neste versículo, uma referência apessoa de Policarpo(’); esse pastor nasceu em (69 d. e.), e morreu em (159 d.C.). O Dr. Russeil Norman, diz que a etimologia do nome “Policarpo” significa“muito forte” ou “frutífero”. Policarpo foi discípulo pessoal do Apóstolo João,homem muito consagrado, foi o “principal pastor” da igreja de Esmirna durante oexílio do Apóstolo em Patmos.

“A narrativa de seu martírio énarrada por Eusébio, em sua História Eclesiástica iv 15 e em Mart. Polyc. caps.12. e 13, págs. 1037 e 1042. Foi levado à arena, lugar dos jogos olímpicos, umdos maiores teatros abertos da Ásia Menor, parte da qual construção permanecede pé até hoje”. Policarpo, deve ser realmente, o “anjo” do texto em foco, poisas evidências assim o declara (cf. Ec 7. 27).

1.ESMIRNA.O nome “Esmirna” significa “mirra”, a palavra usada três vezes nos Evangelhos(Mateus 2. 11; Marcos 15. 23; João 19. 39). De acordo com H. Lockyer (2), “Onome descreve bem a igreja perseguida até a morte, embalsamada nos perfumesprévios de seu sofrimento, tal como foi a igreja de Esmirna. Foi a igreja damirra ou amargura; entretanto, foi agradável e preciosa para o Senhor”. Esmirnatambém é famosa por ser a terra natal de Homero (o poeta cego da mitologiagrega) e como lar de Policarpo (bispo de Esmirna).

Situação Geográfica: esta cidadeencrava-se no pequeno Continente da Ásia Menor (hoje, atual porção da TurquiaAsiática). Em 1970, Esmirna já contava com cerca de 63000 habitantes e é,atualmente, a principal cidade turca, denominada Izmir. Os muçulmanos chamam-na “Izmir e infiel”. O Rio Meles, famoso na literatura, também era adorado emEsmirna. Próximo à nascente desse rio ficava a caverna onde, dizem, Homerocompunha seus poemas. Com a conquista do Oriente pelos romanos, Esmirna, passoua fazer parte da província romana da Asia. A cidade de Esmirna, cujo nomesignifica: “mirra”, caracterizou-se pela forte oposição e resistência aocristianismo no primeiro século da nossa era. A igreja local originou-se dagrande colônia judaica ali estabelecida. Em Esmirna, no ano (159 d. C.),Policarpo, seu bispo, foi martirizado.

2.Isto diz o primeiro e o último. Já tivemos oportunidade de encontrareste título aplicado a pessoa de Cristo em Ap 1. 16, onde o mesmo é amplamentecomentado e ilustrado pelo nosso alfabeto português. “Cristo é o primeiro”quanto ao tempo e à importância. Ele é a fonte originária de toda e qualquervida, seu princípio mesmo. O fato de que Cristo é o “princípio”, equivale àdeclaração de que Ele é o “Alfa”. E o fato de ser o “Ultimo” equivale a ser o“Ômega”. Ele é o Princípio e o Fim, O Primeiro e o Último, o “a” e o “z”; nósnos encontramos no meio. Mas Cristo continua a existir! Na qualidade de ser Eleo “último”, pode-se dizer o seguinte sobre Cristo (a) Ele é a razão mesma daexistência; (b) Ele é o princípio da vida após a morte; (c) Ele é o alvo detoda a existência, o Ômega.

9.“Eu sei as tuas obras, e tribulação , e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmiados que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás”.

1.“...Eu sei as tuas obras”. O Senhor Jesus, não só conhecia as “obras” destaigreja fiel, mas, de um modo especial a sua “tribulação”. No grego clássico,tribulação, é “thlipsis”, significa “pressão”, “opressão”, derivado de“thlibo”, que tem o sentido geral de “pressionar”, “afligir”, etc. Nas páginas doNovo Testamento, em sentido comum (com exceção da palavra designada para umperíodo de sete anos) tem o sentido de “perseguição” deflagada, por aqueles quesão aqui na terra inimigos do povo de Deus (cf. At 14. 22).

1.E pobreza.O leitor deve observar o contraste que existia entre o “anjo” (pastor) daigreja de Esmirna, e o da igreja de Laodicéia (3. 17). Cumpre-se aqui,portanto, um provérbio oriental que diz: “Aos olhos de Deus, existem homensricos que são pobres e homens pobres que são ricos”. O sábio Salomão declara emPv 13. 7: “Há quem se faça rico (o pastor de Laodicéia), não tendo coisanenhuma, e quem se faça pobre (o pastor de Esmirna), tendo grande riqueza”.

O Dr. Champrin observa queaqueles crentes (de Esmirna) eram pobres, mas não porque não trabalhassem —sendo essa a causa mais comum da pobreza de modo geral, mas devido àsperseguições que sofriam. Suas propriedades e bens foram confiscados pelopoderio romano, e além de tudo esses servos de Deus, ainda sofriamencarceramento. Porém, está declarado no presente texto, que eles eram ricos.Em que? Nas riquezas espirituais. Eles eram de fato ricos: nas obras, na fé, naoração, no amor não fingido, na leitura da Palavra de Deus, (à maneira de seusdias). Estas coisas diante de Deus: São as riquezas da alma! (Mt 6. 20; 1 Tm 6.17-19).

2.A blasfêmia dos que se dizem judeus. O Apóstolo Paulo escrevendo aos romanosdiz: “...nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9. 6b). “. ..não éjudeu o que é exteriormente...” (Rm 2. 28).

Esses falsos judeus, procuravamfirmar sua origem no Patriarca Abraão, a exemplo dos demais, perseguiam aigreja sofredora da cidade de Esmirna na Ásia Menor (cf. At 14. 2, 19, etc).Atualmente, o nome “Esmirna” no campo profético, representa a igreja subterrâneaque sofre por amor a Cristo nos países da Cortina de Ferro.

10.“Nada temas * das coisas que hás de padecer. Eis * que o diabo lançará algunsde vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dezdias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.

1.“...Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão”. A oposição dogrande inimigo de Deus e dos homens conforme mencionado no registro que Joãofaz das sete igrejas jamais cessou. Satanás é citado num total de oito vezes noApocalipse e cinco destas relacionam-se com as igrejas (6 vezes se incluirmos otermo “diabo” visto no presente texto), A “prisão” do versículo em foco, não serefere a uma “prisão” espiritual como tem sido interpretado por algunsestudiosos (cf. Lc 13. 16), mas sim literal. “As perseguições promovidas pelosromanos àquela igreja, com a ajuda dos judeus (os que se dizem), foram obras deSatanás. Sob alegação de que os cristãos de Esmirna estavam “traindo” oimperador, houve um encarceramento em massa, e a seguir o imperador ordenou omartírio de muitos daqueles”. Em uma só catacumba de Roma foram encontrados osremanescentes ósseos de cento e setenta e quatro mil cristãos, calculadarnente.

1.Tereis uma tribulação de dez dias. Os “dez dias” do presente texto, tem referência“histórica”, no primeiro caso, e profética no segundo. A Igreja sofreu de fato“dez perseguições” distintas, desde o reinado do imperador Nero até ao deDiocleciano. “As dez grandes perseguições podem ser relacionadas desta forma:(a) Sob Nero: 64-68 d. C. (b) Sob Dominiciano: 68-96 d. C. (c) Sob Trajano:104-117 d. C. (d) Sob Aurélio: 161-180 d. C. (e) Sob Severo: 200-211 d. C. (f)Sob Máximo: 235-237 d. C. (g) Sob Décio: 250-253 d. C. (h) Sob Valériano: 257-260d. C. (i) Sob Auréliano: 270-275 d. C. (j) Sob Diocleciano: 303- 312 d.C.Ç4)

Durante esse tempo, a matança decristãos foi tremenda. No campo profético as perseguições desencadeadas porDiocleciano perduraram dez anos (cf. Nm 14. 34 e Ez 4. 6).

11.“Quem tem ouvidos, ouça * o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer nãoreceberá o dano da segunda morte”.

1.“...Quem tem ouvidos, ouça!”. Ora, por nada menos de sete vezes nosevangelhos, e por oito vezes neste livro do Apocalipse: sete vezes para essasigrejas! reboa aquela chamada vital, aberta e particular, para quem quiser terouvidos abertos: “Quem tem ouvidos, que ouça!!!”.

1.O Mis, Orlando Boyer, diz que Cristo glorificado apresenta-se às sete igrejasem simbolos, partido e distribuído conforme as suas necessidades: (a) Para a igrejaOrtodoxa e sempre esforçada em Efeso, Cristo é Aquele que tem as sete igrejasna destra, isto é, que lhe sustenta a obra. 1. 20 e 2. 1; (b) À igrejaatribulada em Esmirna, na véspera do tempo de martírio, Jesus apresenta-se comoAquele que havia experimentado a perseguição, até a morte e havia vencido. 1.17, 18 e 2. 8; (c) A igreja descuidada de Pérgamo, Cristo glorificado é Quemmaneja a Espada, dividindo a igreja do mundo. 1. 16 e 2. 12; (d) Para a igrejaque declinava, Tiatira, Cristo é Juiz com olhos como’ chamas de fogo. 1. 14 e2. 18; (e) Para a igreja morta, Sardes, Jesus tem os sete Espíritos de Deus epode ressuscitar os crentes da morte para a vida. 3. 1; (f) A igrejamissionária, Filadélfia, Cristo é Quem quer abrir a porta: da evangelização. 3.7; (g) Para a igreja morna, Laodicéia, Cristo é a fiel e verdadeira testemunhatirando da igreja a máscara da satisfação em si mesma. 3. 14.

2.O dano da segunda morte. Somente no livro do Apocalipse se encontra apresente expressão: “A segunda morte”. Ela será destinada aos “vencidos”, masnenhum poder terá sobre os “vencedores”. A segunda morte é a morte eterna. Afrase aparece aqui (e em Ap 20. 6, 14 e 21. 18), onde o destino dos perdidos édescrito em termos de um Lago de Fogo e enxofre. Durante sua vida terrena,Cristo fez uma promessa, dizendo: “As portas do inferno (as forças do mal)” nãoteriam nenhum poder sobre a sua Igreja (Mt 16.18); esta promessa de Cristo épresente e escatológica: agora, e na eternidade!.


Elaboração pelo:- EvangelistaIsaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia deDeus Ministério Belém Em Dourados – MS

Livro:- Apocalipse versículo porversículo – Severino Pedro da Silva

Nenhum comentário: