terça-feira, 3 de abril de 2012

O Reino Milenial de Cristo

O Reino Milenial de Cristo:
O Reino Milenialde Cristo

O arrebatamentofoi discutido no capítulo anterior. Mas vale considerar novamente o trecho deTito 2.11-14: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação atodos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e àsconcupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa epiamente, aguardando a bem- aventurada esperança e o aparecimento da glória dogrande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, paranos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zelosode boas obras” (ver Stanley M. Horton, “1 Believe in the Pre-TribulationRapture”, Pentecostal Evangel, 2 de julho de 1989, págs. 8 e 9; Stanley M.Horton, “Counted Worthy to Escape”, PentecostalEvangel, 15 de agosto de 1976,págs. 6 e 7).

AREVELAÇÃO DE CRISTO

A revelação deCristo é a segunda fase da segunda vinda; ocorrerá algum tempo após oarrebatamento, que terá sido a primeira fase. Nessa maravilhosa ocasião, os pésde Jesus estarão “sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalémpara o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o orientee para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartarápara o norte, e a outra metade dele para o sul... “Então virá Senhor meu Deus,e todos os santos contigo, ó Senhor” (Zc 14.4,5). A promessa de uma descidaliteral à terra foi corroborada pelos mensageiros angelicais que anunciaram àmultidão espantada, na ascensão de Cristo: Ele retornaria, “assim como para océu o vistes subir” (At 1.11). Tendo Ele partido do monte das Oliveiras à vistade todos, pode-se concluir que retornará de forma visível ao mesmo local.

Apocalipse 1.7aponta para essa vinda pública de Cristo: “Eis que vem com as nuvens, e todoolho o verá, até os mesmos que os traspassaram; e todas as tribos da terra selamentarão sobre ele. Sim. Amém”. Quando Cristo retornar ao mundo em poder eglória, na fase da revelação de sua segunda vinda, trará com Ele os seus santos(Ji 3.11; 1 Ts 3.13;Jd 14).

Há váriospropósitos na revelação. Jesus virá para revelar-se e mostrar os seus santos. Oarrebatamento ocorrerá de súbito, aparentemente oculto à visão das pessoas domundo,. que não têm discernimento. A revelação, porém, será pública. Pessoas quenão o quiseram reconhecer durante a era da Igreja e que preferiram ignorar odesaparecimento de milhares de pessoas - o arrebatamento - serão forçadas areconhecer o Rei dos reis quando este revelar-se (Jl 3.11,12; Zc 14.5; Mt16.27; 24.29-3 1; Cl 3.4; 1 Ts 3,13; 1 Jo 3.2).

Ele virá empoder e glória para julgar os seus inimigos. A besta, o Falso Profeta e osexércitos que deram apoio aos adversários de Deus sofrerão a ira do Juiz.Forças terríveis, atuantes num tempo de tribulação sem precedentes, serão derrubadase destruídas (2 Ts 2.8,9).

Os mausespíritos que sairão da besta, do Falso Profeta e do dragão (Satanás)dirigir-se-ão a Jerusalém para conquistá-la, no fim Grande Tribulação (Zc12.1-9; 13.8,9; 14.12; Ap 16.12-16).
E, quando avitória do mal parecer iminente, o Senhor Jesus descerá do Céu com seusexércitos de valentes, provavelmente incluindo tanto os santos quanto os anjos(Ap 19.11-16). Cristo, o Rei, triunfará maravilhosamente nesse momento crítico,e os líderes das hostes ímpias O serão lançados no lago do fogo (SI 2.3-9; 2 Ts2.8; Ap 19.19,20), Dessa maneira abrir-se-á o caminho para o governo terreno deCristo, a inauguração de um novo regime conhecido como o Milênio, “Milênio”-vem do latim mille, “mil”, e annus, “ano”.

A revelação deCristo, por ocasião de sua segunda vinda, não somente esmagará o poder domaligno, ou seja, o Falso Profeta e a besta, mas também amarrará o próprioSatanás (Rm 16.20; Ap 20.1,2). Por 1000 anos ele permanecerá amarrado, antes desua eventual libertação e confinamento ao lago do fogo, com o restante de seusemissários.

OMILÊNIO

O retorno deJesus, com poder e grande gloria, é vivida- mente descrito em Apocalipse19.11-16: E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentadosobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seusolhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; etinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido deuma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus.E seguiam-no os no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco epuro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e eleas regerá com cetro de ferro, e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho dofuror e da ira do Deus Todo-poderoso. E na veste e na sua coxa tem escrito estenome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.

O cavalo brancoindica que Cristo virá como poderoso conquistador. “Fiel e Verdadeiro”significa que Ele é genuíno e real: o mesmo Jesus (a Palavra Viva) que nasceuem uma manjedoura. Suas vestes tintas de sangue apontam para o fato que Ele é omesmo que morreu na cruz. “As regerá com um cetro de ferro” significa,literalmente, “fazer o papel de pastor com um cetro de ferro”. Isto, juntamentecom o fazer a guerra, empunhando uma aguda espada, será cumprimento de Daniel2.34,35,44,45, onde a “pedra” destruirá os remos deste mundo e se tornará umreino que encherá a terra inteira. As vestiduras de “linho finíssimo” dos exércitosque o seguirão identificam-se com a Igreja (Ap 17.14; 19.8), a qual desde otempo do arrebatamento estará com o Senhor para sempre (1 Ts 4.17; ver StanleyM. Horton, The Ultima te Victory: An Exposítion ofthe Book ofRevelation,Springfield, Mo,: Gospel Publishing House, 1991, págs. 281-284).

PONTOSDE VISTA DO MILENISMO

A IgrejaPrimitiva acreditava que Cristo retornaria para estabelecer o seu Reino ereinar em Jerusalém como o verdadeiro e final Herdeiro do trono de Davi.Aceitava-se como literal a promessa de Jesus de que os 12 apóstolossentar-se-iam sobre 12 tronos, para julgar e governar as 12 tribos do Israel járestaurado (Mt 19.28).

Paulo elogiou oscrentes de Tessalônica porque, deixando os ídolos, “vos convertestes a Deus,para servir ao Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quemressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts1.9,10).
Eles podiamidentificar-se com aqueles que cantarão o novo cântico de Apocalipse 5.9,10,que celebra não somente a redenção pelo sangue do Cordeiro, mas também o fatode que Cristo os tornará reis e sacerdotes, e que reinarão sobre a terra.
Conforme o tempose foi passando, a esperança de alguns crentes se esfriava. Mas houve quemcontinuasse, nos primeiros séculos do Cristianismo, a enfatizar o reino milenialde Cristo sobre a terra. Eles eram às vezes chamados pelo apelido de“quiliastas”, derivado da palavra grega xilía, “mil”.

Então, após tersido o Cristianismo proclamado religião oficial do império romano, começou amudança. Os pastores das igrejas não mais assumiam o papel de líderes-servos. OPelo contrário, seguiam o padrão de governo do Império romano, constituindo umahierarquia própria.

Quando a capitaldo império romano mudou-se de Roma para Constantinopla, criou-se um vácuopolítico em Roma; mas então o bispo de Roma entrou nesse vazio para assumir aliderança política, fazendo da sé um trono. Os demais bispos começaram a olharpara suas igrejas como bases de poder, pois sua atenção desviara-se da benditaesperança, preferindo o poder e a autoridade terrenos.

Como resultado,o pós-milenismo (“pós” significa “depois” - em outras palavras, acreditavam queo retorno de Cristo dar-seja depois do “atual” Milênio) surgiu em cena,ensinando que o reino milenar, iniciado na ressurreição de Cristo, terminarácom sua segunda vinda. Com isso estavam afirmando que não haveria um futuroReino de Deus sobre a terra. Agostinho, bispo de Hipona, no Norte da Africa(396 - 430 d. C.), provavelmente foi um dos principais promotores desse tipo depós-milenismo, embora seja também considerado um dos vultos entre osamilenistas. O único reino com que os advogados desse ensino se preocupavam erao que podiam edificar para si mesmos, usando as pessoas como servos.

Posteriormente,apareceu em cena o amilenismo, ensinando que não haveria milênio algum na terra(o “a” inicial significa “não”). Esses pontos de vista foram transportados paraas igrejas protestantes da Reforma. Visto que negavam o Milênio, não tinhamespaço em seus sistemas teológicos para a restauração terrena de Israel. Porconseguinte, as profecias veterotestamentárias respeito desse reino e de Israeleram espiritualizadas e aplicadas à Igreja. Declarou-se que Israel, por terrejeitado a Jesus como o Cristo, perdera todas as promessas que Deus lhefizera. Também o livro de Apocalipse foi espiritualizado.

Afirmava-se queSatanás estava amarrado à cruz, pelo que o Evangelho poderia ser propagado demaneira maravilhosa, sem os empecilhos lançados pelo diabo. Ensinava-se tambémque, retornando Cristo, Milenial haveria um julgamento geral e simultâneo dejustos e injustos. Ele então estabeleceria imediatamente o seu Reino eterno,sem nenhum milênio. Mais tarde ainda, os amulenistas passaram a ensinar quequalquer milênio que possa haver, está acontecendo agora (ou espiritual, sobrea terra, ou então, no Céu). Algumas vezes é difícil distinguir os pósmilenistasdos amilenistas. Eles compartilham grande parte de seus ensinos; ambosespiritualizam pesadamente as Escrituras.


Admitimos que olivro de Apocalipse usa figuras de linguagem. Mas elas representam realidades,O Anticristo é retratado como uma fera, mas será uma pessoa real, conforme 2Tessalonicenses 2. Também há declarações indubitavelmente literais em Apocalipse,especialmente nos capítulos iniciais e finais, Os 1000 anos são mencionadosseis vezes no capítulo 20. Repetição, na Bíblia, indica ênfase, o que nos dámotivo para tomá-los literalmente. E, embora o tipo de corrente que amarraráSatanás não seja especificado, não há dúvidas de que ele estará acorrentadodurante o Milênio.

Também estáclaro, nas Escrituras, que Satanás não foi amarrado à cruz. Cristo realmente‘ressuscitou, vitorioso. A cruz e a ressurreição de Cristo são a garantia daderrota final de Satanás. Não obstante, a Bíblia declara que o inimigo docrente “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”, eque a nós compete resistir-lhe “firmes na fé” (1 Pe 5.8,9). Continuamos nanecessidade de nos revestir de toda a armadura de Deus, pois continuamos em umabatalha espiritual e precisamos usar o escudo da fé, “com o qual podereisapagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.10-18). Entretanto,Apocalipse 20.2,3 revela que Satanás será amarrado e lançado no abismo, o qualserá fechado e selado sobre ele, “para que não mais engane as nações até que osmil anos se acabem”. Por conseguinte, a prisão de Satanás só terá lugar quandoCristo voltar gloriosamente.

Em tempos maisrecentes, surgiu outra forma de pós- O milenismo. Seus advogados fazem do milêniouma extensão da era da Igreja, ensinando que nesse tempo haverá uma grandepropagação do Cristianismo sobre a face da terra. E então, quando a Igrejaconverter o mundo todo, Jesus retornará para julgar justos e injustos, ao mesmotempo. Os que defendem esse ponto de vista usualmente afirmam que, a menos quese acredite na conversão do mundo antes da volta de Jesus, a crença noEvangelho não é verdadeira.

Outra modernacorrente pós-milenista tem capturado a imaginação de muitos (entre os quaisincluem-se os defensores de idéias como “Reino Agora”, “Restauracionismo” e“Teologia do Domínio”; ver L. Thomas Holdcroft, “Is the Kingdom Now?” ThePentecostalMinister, outono de 1988, págs. 15-19).

Chegam aoextremo de dizer que devemos nos reconhecer como pequenos deuses e tomar osremos deste mundo. E, quando isso for feito, Jesus virá, e lhe entregaremosesses remos. A semelhança dos outros pós-milenistas e amilenistas, osdefensores dessa corrente espiritualizam as claras profecias da Bíblia edistorcem-nas, para que se ajustem à sua doutrina.

A idéia de que omundo deve converter-se e os remos do mundo conquistados pela Igreja antes davolta de Jesus é produto não das Escrituras, mas de pensamentos humanos.Qualquer teoria pode parecer lógica, se forem deixados de lado alguns fatos.Mas quando buscamos as Escrituras, vemos Jesus alertando a seus discípulos deque parte da semente do Evangelho cairia à beira do caminho, outra parte sobreterreno pedregoso e outra ainda entre ervas daninhas. Uma quarta parte cairiaem bom terreno, mas também haveria muita oposição (Mt 13.1-23). Em Mateus 24,Jesus adverte sobre os mestres e profetas falsos que se levantariam. Alertoutambém que, perto do fim, eles se tornariam piores. O livro de Atos mostra-noscomo a Igreja cresceu em número e como a oposição também cresceu e continuou.
Não há conclusãoformal no livro de Atos, pelo que podemos esperar que a mesma situação prossigapor toda a era da Igreja. Tanto Paulo quanto Pedro anunciam que, conforme nosaproximarmos do fim desta era, haverá “tempos trabalhosos”, difíceis para oscristãos viverem (2 Tm 3.1-5; 1 Pe 4.12-19; 2 Pe 3.3).

Tudo indica queo Reino de Deus virá através de julgamento. A grande imagem vista porNabucodonosor, no segundo capítulo de Daniel, é uma representação do sistema domundo, incluindo sua seqüência de impérios, segui- dos pelos pés de ferro ebarro: uma mistura de estados nacionalistas, alguns fortes, outros quebradiços,que se subdividem repetidamente.

Embora Babilôniatenha cedido lugar à Média-Pérsia, que cedeu lugar à Grécia, que cedeu lugar aRoma, que cedeu lugar à variedade de estados, a imagem de Nabucodonosorpermanece de pé. Temos conosco a astrologia babilônica, a ética daMédia-Pérsia, a filosofia grega e as idéias romanas (isto é, de que o poder é odireito). Nunca houve, realmente, uma nova ordem mundial. Entretanto, surgiráem cena a pedra, representando Cristo e seu reino. Ela não penetrará na imageme nem a transformará.

Antes,atingir-lhe-á os pés — o presente sistema mundial —, e a imagem inteira seráreduzida a pó, e o pó será soprado pelo vento. Somente então a pedratornar-se-á uma grande montanha, representando o reino milenial de Cristo aencher a terra. Até mesmo o que chamamos de coisas boas, no presente sistemamundial, terá de ser destruído, para abrir caminho às coisas melhores do Milênio,conforme Salmos 2.8,9; 2Tessalonicenses 1.7,8; Apocalipse 12.5; 19,11-21.Apocalipse 2.26-29 indica ainda que todos os crentes fiéis — os vencedores —estarão com Cristo e compartilharão de seu triunfo, tomando parte na ação, comvara de ferro, a esmigalhar as nações, como se fossem “feitas de argila”. Porconseguinte, a vara de ferro e o ato de despedaçar devem anteceder oestabelecimento do reino milenial, e não ser o próprio Milênio.

A posiçãopré-milenista é a única que toma a Bíblia tão literalmente quanto ela o requer(os pré-milenistas acreditam que Jesus retornará antes do Milênio). Acredita nocumprimento das profecias tanto para a Igreja quanto para Israel, e espera pelavinda de Jesus, para que Ele cumpra a promessa de assentar-se no trono de Davie estabelecer o seu Reino na face da terra.

PROMESSASNACIONAIS DE DEUS A ISRAEL

Deus prometeu aAbraão bênçãos pessoais, à sua numerosa descendência (Israel) e à todas asfamílias da terra (Gn 12.3; 17.5,7; 22.17,18). Colocando-se de outra maneira, apromessa feita a Abraão inclui a sua descendência, a terra e as nações. Adescendência incluía tanto uma numerosa descendência — Israel — quando umdescendente único — Jesus Cristo — por meio de quem viriam as futuras bênçãosda redenção e o Espírito Santo.

A terra tambémestava incluída na promessa feita a Abraão e a Israel (Deus prometeu-lhe aterra entre o rio Eufrates e o rio do Egito, Gn 15.18,19). Ezequiel viu afutura restauração do território, especialmente nos capítulos 36 e 37 de seulivro. O profeta enfatiza a importância do nome do Senhor, que representa suanatureza e caráter. Ele viverá à altura de seu nome, e será sempre o Deus fiel queafirma ser.
Deus restauraráIsrael tanto material quando espiritualmente, embora tenha ele profanado o seusanto nome. Mas o fará para honrar o seu nome, ou seja, demonstrar sua naturezae caráter santos. Essa é a santidade de Deus, mediante a qual Ele se dedicou alevar avante sua vontade e seu plano. Em conseqüência, não há maneira deespiritualizar a profecia de Ezequiel, e aplicá-la à Igreja.

Ezequiel36.24-27 mostra-nos que Deus trará os judeus de todos os países e os levará devolta à sua terra. Em seguida, os purificará, restaurá-los-á espiritualmente eporá seu Espírito dentro deles. Em outras palavras, eles voltarão à sua terrana incredulidade. O capítulo 37 de Ezequiel diz a mesma coisa por meio de umavisão simbólica, onde, pelo
Milenial poderda palavra profética, ossos secos se ajuntaram (carne, músculos e pele oscobrem), mas eles não estão respirando.

Então, éordenado a Ezequiel que profetize de novo. Assim, por uma ação posterior àpalavra profética, a vida entra naqueles cadáveres. Os ossos secos retratamIsrael espalhado entre as nações, sua esperança completamente seca. Isso nãoaconteceu durante os 70 anos do exílio babilônico, porquanto Jeremiasprofetizara o retorno após setenta anos. Mas, depois que as 12 tribos foramnovamente espalhadas, entre os anos 70 e 135 da nossa era, os judeusatravessaram os séculos sem nenhuma esperança de voltar à Terra Prometida. P

or conseguinte,Ezequiel olha para uma futura restauração de Israel. Mas Deus não revelouquanto tempo passaria até a restauração espiritual. Com base nesta passagem,entretanto, torna-se claro que a terra continua sendo parte importante dapromessa de Deus. A Lei de Moisés foi adicionada à promessa (01 3.19) — semdesfazer-se dela ou de parte dela. Quando o trabalho da Lei foi encerrado, apromessa continuou de pé, e até hoje é importante porção da Palavra de Deus. Afidelidade de Deus garante, assim, que Israel será restaurado à sua terra.

O trecho deIsaías 65.17 fala de Deus a criar novos céus e nova terra, no futuro. Oversículo 18 começa com um forte pronome adversativo (no hebraico, ki- ‘im),traduzido por “mas” em nossa versão portuguesa (ver William L. Holladay, AConcise Hebrew and Araniaic Lexicon of the Old Testament, Grand Rapids; Wm. B.Eerdmans Pub. Co., 1971, pág. 156).

Em outraspalavras, embora haja novos céus e nova terra, as profecias sobre Jerusalémterão seu cumprimento. O resto do capítulo refere-se às condições do Milênio,pois não se ajusta à descrição dos novos céus e da nova terra de Apocalipse. Antes,é paralelo às descrições do reino milenial, em Isaías 11.4-10.


O apóstolo Paulotinha um grande amor pelo povo de Israel, que então rejeitara o Evangelho.Estava disposto a desistir da própria salvação eterna, se isto garantisse asalvação deles (Rm 9.1-5). Ele sabia que isso seria impossível, mas demonstra oquanto os amava. E pergunta, em Romanos 11.1: “Porventura, rejeitou Deus o seupovo?” Ele mesmo responde: “De modo nenhum!” (no grego, me genoito). Deusjamais permitirá que isso aconteça. Está claro que Deus não rejeitou o seupovo! E o contexto mostra que a Bíblia está falando de um Israel literal, e queDeus não alterou suas promessas.


Lembremo-nos,ainda, que os 12 apóstolos julgarão, ou governarão, as 12 tribos de Israel (Mt19.28; Lc 22.30). Isso requer uma restauração literal de Israel. Não há como aIgreja possa vir a ser dividida em 12 tribos.

Assim, a visãopré-milenista é a única que permite a restauração de Israel como nação e ocumprimento literal das profecias de paz e bênção que Isaías e outros profetaspreviram:

1. Haverá paz universal: “E ele exerceráo seu juízo sobre as nações e repreenderá a muitos povos; e estes converterãoas suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espadanação contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Is 2.4).

2. A glória do Senhor descansará num temploreconstruído.Ezequiel viu a glória partindo (Ez 9.3; 10.4,18; 11.23). Mais tarde, ele a viuvoltando: “E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente..,e eis que a glória do Senhor encheu o templo” (Ez 43.2,5).

3. Jesus restabelecerá o trono de Davi: “Eis que vêmdias, diz o Senhor em qi.e levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei,reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23.5).

4. Haverá alegria: “Os resgatados do Senhorvoltarão e virão a Sião com júbilo; alegria eterna haverá sobre a sua cabeça;gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o
gemido” (Is35.10; ver 51.11; 55,12; 61.10; Jr 31.12).

5. A terra será abençoada: “Farei descer achuva a seu tempo, chuvas de bênção serão. E as árvores do campo darão o seufruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra” (Ez34.26,27 - os pontos acima foram adaptados de Ernest Swing Williams, SystematícTheology, vol. 3, Springfield, Mo.: Gospel Publishing House, 1953, págs. 235 e236.

O Milênio seráum tempo glorioso. O mundo será purificado de sua atual poluição e serárenovado para atingir um estado superior ao do Eden antes da queda (Horton,Ultima te Víctory, págs. 293-298; ver Si 2.8; 24.7,8; Is 9.7; 11.6-19; 35.1,2;61.3; Ez 40-48; Dn 2.44; Os 1.10; 3.5; Am 9.11-15; Mq 4.1-8; Zc 8.1-9; Mt 8.11;19.28; At 15.16-18; Ap 2.25- 28; 11.15).

Entretanto,nossa esperança não está fixada somente no futuro. Temos encorajamento para opresente em Atos 3.19, onde Pedro fala sobre tempos de refrigério. O gregoindica que sempre que as pessoas se arrependem (mudando seus corações, mentes eatitudes), seguem-se tempos de refrigério — até a volta de Jesus. Assim sendo,a bendita esperança deveria despertar-nos a buscar agora mesmo o reavivamento.

Elaboração pelo:- EvangelistaIsaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia deDeus Ministério Belém Em Dourados – MS

Livro:- Doutrinas bíblicasWilliam W. Menzies – Stanley M. Horton


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