segunda-feira, 9 de abril de 2012

Lição 03

Lição 03:
ÉFESO, A IGREJA DO AMORESQUECIDO
Texto Áureo: Ap. 2.4 –Leitura Bíblica: Ap. 2.1-7

Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
A primeira das sete cartas de Jesus é dirigida à igreja de Éfeso, amais rica e importante cidade da Ásia Menor. Uma cidade estimada em mais deduzentos mil pessoas, onde ficava o mais importante porto da Ásia. Na aula dehoje, contextualizaremos a epístola, apresentando informações sobre a cidade,destacaremos as virtudes apontadas por Cristo em relação a essa igreja, e aofinal, a crítica principal, o esquecimento do primeiro amor.

1. A IGREJA DE ÉFESO
Éfeso era o centro do culto a Diana (At. 19.35), cujo templo éconsiderado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Em tal templo havia váriassacerdotisas do sexo, que atuavam como prostitutas. Nesse templo também eraadorada a deusa Roma e o imperador romano. Tratava-se, portanto, de uma cidadereligiosa, que integrava adoração a essa deusa com práticas de imoralidadesexual (At. 19.19). Essa cidade fora visitada por Paulo por volta de 52. d. C.,em sua terceira viagem missionária, a quem enviou uma das suas epístolas. Aoque tudo indica, a igreja de Éfeso fora fundada por Áquila e Priscila,juntamente com Paulo. Mais tarde o trabalho em Éfeso foi conduzido por Timóteo,companheiro do Apóstolo (I Tm. 1.3). De acordo com Irineu e Eusébio deCesaréia, depois da morte de Paulo, aquela igreja passou a ser dirigida por João,o evangelista, posteriormente exilado na ilha de Patmos, autor do Apocalipse.Inácio, bispo de Antioquia, nos primeiros anos do século II, escreveu umaextensa carta à igreja de Éfeso, na qual a elogia pela unidade e conduta cristãirrepreensível, e por viverem em amor e harmonia sob a liderança de Onésimo,seu bispo.

2. UMA IGREJA VIRTUOSA
Três virtudes são destacadas por Cristo na igreja de Éfeso, inicialmenteera uma igreja fiel na doutrina (Ap. 2.2,3,6), que mesmo cercada pelaperseguição, e ameaçada por heresias, permanecia fiel à palavra de Deus. Opróprio Jesus havia alertado a Sua igreja quanto aos lobos que viriam com pelesde ovelhas (Mt. 7.15), bem como Paulo, na mesma cidade de Éfeso, quanto aos oslobos cruéis que tentariam devorar o rebanho (At. 20.29,30). Finalmente essetempo havia chegado, e os crentes de Éfeso estavam diante de falsosensinamentos. Mas a igreja de Éfeso tinha discernimento espiritual, por issotornou-se intolerante com essas heresias, bem como contra o pecado, quegeralmente é resultante dos ensinamentos contrários à palavra. O perigo erajustamente a doutrina dos nicolaítas, um posicionamento liberal que nãoatentava para os princípios cristãos. Eles aceitavam a imoralidade sexual como sefosse algo normal, argumentavam em favor de um cristianismo que pactuava comatitudes promíscuas, semelhante ao que fazem algumas igrejas atuais. Outravirtude dessa igreja é que ela estava envolvida com a obra de Deus. Os crenteseram participativos, não apenas expectadores. Infelizmente, em algumas igrejas,as pessoas vão apenas para os cultos, cantam, dançam, mas não há qualquerrelacionamento entre os membros. O individualismo do homem moderno está solapandotambém as igrejas cristãs, que não sabem mais o que é ter comunhão. Jesustambém elogiou a disposição da igreja de Éfeso para enfrentar perseguições. Aigreja não se abateu por causa das ameaças daqueles que adoravam a deusa Diana,bem como dos que se dobravam perante o imperador. A igreja cristã tem seus princípios,não pode fazer concessões em relação à imoralidade sexual, muito menos composturas políticas que vão de encontro à Palavra de Deus. Pior do que aperseguição é o marasmo no qual se encontra determinadas igrejas evangélicas,que andam casadas com o liberalismo, a fim de serem politicamente corretas, oude mãos dadas com políticos corruptos, a fim de tirarem algum proveitofinanceiro.

3. MAS QUE ESQUECEU OPRIMEIRO AMOR
A igreja de Éfeso esqueceu o seu primeiro amor, restou apenas oativismo (Ap. 2.4). Há igrejas que estão centradas em meras atividades, têmcronogramas exaustivos, que são seguidos à risca. Muitas dessas igrejas jáperderam o primeiro amor, a espiritualidade está comprometida, por isso, asatividades servem apenas para camuflar a ausência do genuíno amor. Não podemosesquecer que o amor sacrificial  – ágape emgrego – é a marca da verdadeira igreja (Jo. 13.34,35). O principal problema daigreja de Éfeso é que ela identificava o mal nos outros, mas não em si mesma,perdeu a capacidade de fazer autocrítica. De fato, se fôssemos julgados por nósmesmos não seríamos julgados, mas quando somos julgados pelo Senhor é para nãosermos condenados com o mundo (I Co. 11.20-32). Éfeso era uma igreja ortodoxa,isto é, que tinha uma doutrina correta, mas que carecia de uma ortopraxia, ouseja, uma conduta correta. Esse equívoco pode levar qualquer igreja à ruina,pois ela acaba se tornando hipócrita, acusa os erros dos outros, inclusive os dasociedade, enquanto age a partir dos mesmos valores que repreende. Mas nem tudoestá perdido, Jesus apresenta uma solução para esse tipo de igreja: “lembra-te,pois, de onde caíste” (Ap. 2.5). Mais importante do que saber que caiu é identificara origem da queda. Somente assim será possível retornar ao lugar correto. Ofilho pródigo somente encontrou a solução para sua condição espiritual quandopercebeu que precisa retornar à casa do Pai (Lc. 15.17). Jesus acrescenta: “voltaàs obras que praticavas no princípio” (Ap. 2.5). O arrependimento genuíno resultaem prática de vida, em obras que sejam, de fato, dignas de arrependimento (Mt.3.8).

CONCLUSÃO
Há uma advertência final de Cristo à igreja de Éfeso, que deve sermotivo de reflexão de toda igreja que se diz cristã, caso ela não se arrependa,Ele vira contra ela e tirará o seu candelabro (Ap. 2.5). Para que isso não aconteçaé preciso, antes que seja tarde demais, retornar ao primeiro amor, pois, semamor, de nada adianta profecias e mistérios, tudo não passará de barulho (I Co.13.1,2). Portanto, quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.

BIBLIOGRAFIA
LAWSON, S. L. As sete igrejas do Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
STOTT, J. O que Cristo pensa da igreja. Campinas: United Press, 1999.

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